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Quente pra quem?

A negação do aquecimento global em pleno século XXI


Por Flávio Rosa


O negacionismo climático é uma corrente que propaga a descrença no aquecimento global provocado pela interferência do ser humano, onde o homem não teria nenhuma relação com o aumento da temperatura da superfície da Terra e as consequências que acarretam nas mudanças climáticas.


O aquecimento global, que é o agravamento do efeito estufa por conta do acúmulo de gases excessivamente poluentes proveniente da ação antrópica, é cientificamente comprovado. Há pesquisas e evidências incontestáveis de que a temperatura do nosso planeta está aumentando cada vez mais e que pode gerar resultados desastrosos se nada for feito para lhe impedir.


No Brasil, em 2019, cerca de 15% da população não acreditava no aquecimento global, segundo a Pesquisa Datafolha, um número muito expressivo se comparado à pesquisa feita há dez anos, onde apenas 8% dos brasileiros tinham essa descrença.


O ceticismo climático é bastante difuso e sem uma organização bem definida. Ele é composto por inúmeras pessoas espalhadas pelo mundo que apenas acreditam na agenda de forma totalmente arbitrária, já que ela não possui nenhum embasamento científico, pelo contrário, tenta refutar fatos científicos.


Por ser muito diverso, o movimento acaba sendo bastante desorganizado e heterogêneo, com inúmeros pontos de vista e opiniões contraditórias dos próprios membros.


O movimento também é chamado de “ceticismo climático” por conta do descrédito na possibilidade de mudança. Para os negacionistas, atos essenciais para conter o aquecimento global, como a promoção da prática da reciclagem e diminuição do consumo de carnes, não serviriam de nada, não teriam resultado algum e não contribuiriam para atenuar esse fenômeno antrópico.


“O aquecimento é provocado pela maior atividade solar, um fenômeno natural e que não possui consequências mais graves.” - frase de um negacionista


O negacionismo no mercado


É claro que atualmente os campos da economia e do meio ambiente se entrelaçam constantemente, resultando no que chamamos de sustentabilidade, onde a ideia é a adoção de práticas que visem maior preservação possível de recursos naturais a fim de que as próximas gerações continuem tendo acesso a eles. Desse modo, grandes economias jogam o famoso “jogo de interesses geopolíticos" e concordam em adotar algumas medidas mais sustentáveis e receber benefícios em troca.


A crise climática finalmente ganha a devida atenção num público mais amplo, tanto para os que acreditam no que indica a ciência quanto para os que negam a ciência. O fato é que líderes mundiais, negacionistas ou não, irão se posicionar de modo a agradar a maioria e com isso se beneficiar de algum modo, nunca na intenção de sair perdendo.


Propostas como o Acordo de Paris, um tratado internacional que visa reduzir os impactos do aquecimento global, são planos que visam práticas sustentáveis e que impactem setores intensivos de emissões de gases de efeito estufa, mas financeiramente muito fortes, como o de petróleo e gás.


Diante disso, muitos negacionistas afirmam que essas mudanças climáticas são invenções da mídia e/ou delírios coletivos, onde elas são trazidas pela alta da moda política de potências hegemônicas. Os veículos midiáticos, que, segundo os negacionistas, são exagerados e sensacionalistas, estariam espalhando esses rumores para prejudicar a nação X e beneficiar a Y.


Ademais, mexer em um mercado tão grande e importante para muitas economias, como o de combustíveis fósseis, abala muitas estruturas e potências, então não seria estranho que ideias que sejam contrárias a essa corrente de preservação ambiental surgissem.


Claro que o apresentado até agora pelos negacionistas não é nada suficiente para mudar o apresentado por cientistas do mundo inteiro, até por não ser baseado em fatos cientificamente comprovados.


Por outro lado, essa onda de contestação arbitrária pode incentivar pessoas, governos e entidades que concordem com a pauta a atrasar ou a até mesmo deixar de tomar ações necessárias para diminuir o impacto da ação humana no planeta, provocando efeitos desastrosos ao planeta.


Referências:

FIA. Vanessa Pinsky. Negacionismo climático: o que é, argumentos e consequências. Disponível em: https://fia.com.br/blog/negacionismo-climatico/. Acesso em: 23/06/21.


ECYCLE. eCycle. O que é negacionismo climático e o que ele tem a ver com política? Disponível em: https://www.ecycle.com.br/negacionismo-climatico/. Acesso em: 23/06/21.


FIOCRUZ. LUIZ FELIPE STEVANIM. Negações Climáticas. Disponível em: https://radis.ensp.fiocruz.br/index.php/home/reportagem/negacoes-climaticas. Acesso em: 23/06/21.


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