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Energia eólica: os ventos da mudança

Por: Mariana Carvalho Barbosa da Silva


A energia eólica é uma forma de obter energia de forma renovável e limpa, uma vez que, não produz poluentes.O processo conhecido como energia eólica utiliza os ventos para produzir energia mecânica, os ventos movimentam as pás e faz girar o rotor, que transmite a rotação ao gerador, que, por sua vez, converte essa energia mecânica em energia elétrica.


Para a produção de eletricidade, a transformação é conseguida através de aerogeradores. Os aerogeradores são colocados estrategicamente em zonas ventosas, que normalmente são em zonas de maior altitude. O vento forte é capaz de rodar as pás de uma turbina. Um aerogerador se comunica com um eixo central e este, por sua vez, é acoplado a uma caixa multiplicadora (Gearbox) onde a velocidade de rotação é incrementada, segundo características específicas de cada fabricante.


Os aerogeradores possuem um sistema capaz de controlar a velocidade do rotor de forma a manter uma velocidade estável com a variação da velocidade do vento. Os mais elevados e fortes, impedem a rotação muito rápida do aerogerador. O gerador ligado ao transmissor mecânico produz energia elétrica.


Uma concentração ou aglomerado de aerogeradores denomina-se parque eólico, sendo utilizados para produzir energia elétrica, geralmente para alimentar localidades remotas e distantes da rede de transmissão.


Existem dois tipos de parques eólicos: onshore e offshore. Os parques eólicos onshore encontram-se localizados em terra ao largo da costa marítima ou no interior. Enquanto os parques eólicos offshore são parques onde os aerogeradores são instalados no mar.


Uma tendência em desenvolvimento que caracteriza os parques eólicos offshore são os complexos com as plataformas flutuantes. Estas estruturas flutuantes contrastam com as tradicionais, fixas ao fundo do mar, que implicam uma logística maior e alto custo para a sua completa instalação. As estruturas flutuantes podem ser desenvolvidas para águas muito profundas, aproveitando recursos energéticos nestas áreas de mar aberto.


A criação destas plataformas foi a grande inovação com base nas experiências da indústria de petróleo e gás, para assim suportar turbinas eólicas em aplicações marítimas. Elas são semi-submersível e estão ancoradas no fundo do mar. A estabilidade à tona da água acontece através do uso de “placas de aprisionamento de água” na parte inferior dos três pilares, associada a um sistema estático e dinâmico de lastro.


O projeto já é uma realidade, chamado de WindFloat Atlantic, como o primeiro parque eólico flutuante da Península Ibérica. O objetivo é trazer energia mais limpa a todas as casas do território português.


“O parque conta já com duas turbinas eólicas instaladas, mas quando estiver a todo o gás serão três as turbinas eólicas instaladas, com uma capacidade de produção de 25 megawatts, o equivalente ao consumo de cerca de 60 mil casas por ano.” - Segundo reportagem da Revista BioMassa e Energia .


De acordo com a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), o Brasil tem um potencial de geração de energia eólica estimado em cerca de 500 gigawatts, o suficiente para atender o triplo da demanda atual de energia do país. Este número é mais de três vezes superior à produção de energia elétrica provinda de outras fontes, como a hidrelétrica, biomassa, gás natural, óleo, carvão e nuclear. A energia gerada com a força dos ventos ocupa o quarto lugar na matriz de energia elétrica nacional.


Com a criação do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) em 2002, o setor elétrico no Brasil apresentou um rápido crescimento. Este incentivo proporcionou a instalação de novos geradores em diversos locais e aumentou a capacidade de produção de energia.


De acordo com a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), “A energia eólica já é a segunda maior fonte da matriz energética brasileira, a capacidade instalada no país são 637 parques eólicos e 7.738 aerogeradores.”


Em 2019, a indústria eólica investiu R$13,6 bilhões no Brasil, segundo dados da Bloomberg New Energy Finance (BNEF), a infraestrutura gerou 55,9 TWh de energia, 15% a mais em relação a 2018. Na média mensal, é o suficiente para abastecer 28,8 milhões de residências por mês em 12 estados. Isso equivale a uma população de 86,3 milhões de pessoas, considerando três habitantes por casa.


Perante as metas ambientais traçadas para cada país, são cada vez mais os países que apostam em energias renováveis, sendo a eólica alvo de grande atenção. Esta forma de energia renovável apresenta um crescimento superior a 25% por ano, a nível global. São mais de 80 países que já contam com a energia do vento para produzir parte da eletricidade e espera-se que esse número seja cada vez mais crescente.


A seguir, são listadas algumas vantagens e desvantagens da implementação e produção da energia eólica:



Vantagens da energia eólica


  • Diminuição da dependência de combustíveis fósseis

  • Redução da emissão de dióxido de carbono na atmosfera

  • É inesgotável

  • Ótima rentabilidade de investimento (em cerca de 6 meses recupera a energia gasta com a instalação e manutenção)

  • Geração de emprego nas regiões



Desvantagens da energia eólica


  • Poluição visual, visto que parques eólicos são instalados em áreas livres para aproveitar da melhor forma os ventos

  • Poluição sonora proveniente do funcionamento dos equipamentos pode ser perturbador para a população local

  • Impactos sobre a fauna, nomeadamente a colisão de morcegos e aves

  • Variações significativas da velocidade do vento ao longo do ano, ou seja, nem sempre o vento sopra quando a eletricidade é necessária em determinado local





Referências


Nova tecnologia de plataformas para turbinas eólicas flutuantes , Fernando Jesus 19/11/2020


Primeiro parque eólico flutuante ibérico já é uma realidade , redação, 22/04/2020


Como avança a energia eólica no Brasil, Redação, 23/06/2020


Matriz energética cresce 383,66 MW em março e 682,61 MW no primeiro trimestre de 2021

autor AID 07/04/2021



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