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Aquecimento dos oceanos: como acontece e quais são as consequências?

Atualizado: 5 de mar. de 2021

Por Mariana Carvalho Barbosa da Silva


O aquecimento dos oceanos é uma consequência das mudanças climáticas, em especial do aumento da temperatura devido aos Gases do Efeito Estufa (GEE) que são compostos gasosos capazes de absorver radiação na frequência do infravermelho, retendo calor na atmosfera.


Aproximadamente 30% da radiação solar que atinge a Terra é refletida de volta para o espaço. Dos 70% restantes, uma parte é absorvida pelo solo, pelos oceanos e uma fração residual é absorvida pela atmosfera. Os Gases de Efeito Estufa (GEE) mais relevantes são: o vapor de água (H2O), o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O).


Podemos exemplificar a causa dos gases, como: em processos biológicos, como o tratamento de efluentes líquidos e em aterros sanitários, em processos industriais e na agricultura, além da liberação dos GEE em transportes motorizados, pela ação do desmatamento e no setor energético, pelas indústrias termelétricas.


As consequências


O aquecimento, altera os padrões de direção e intensidade dos ventos nos mares, altera a salinidade, a densidade e acelera o derretimento dos gelos polares, aumentando o nível da água do mar. Além disso, promovem anomalias de pressão e temperatura da superfície da água, elevando a frequência e a intensidade de fenômenos climáticos extremos, como chuvas fortes e intensas, ciclones e furacões.


“A temperatura global anual da superfície do mar em 2019 foi a terceira maior já registrada, com 1,37 ° F (0,76 °C) acima da média do século 20 . As temperaturas recordes da superfície do mar foram observadas em partes dos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico” - de acordo com o Departamento Nacional de Administração Oceânica e Atmosférica (NOAA).

O nível do mar é medido principalmente usando estações de maré e altímetros de laser de satélite. As estações de maré ao redor do globo nos dizem o que está acontecendo em nível local (a altura da água medida ao longo da costa em relação a um ponto específico na terra). As medições de satélite são fornecidas a altura média de todo o oceano. Juntas, essas ferramentas nos dizem como os níveis do mar nos oceanos estão mudando ao longo do tempo.


Um estudo mostra que a temperatura média dos oceanos subiu 450% nas últimas seis décadas. A elevação da temperatura também é cada vez mais acelerada, e ressalta ainda que quanto mais quentes as águas, maior o aumento do nível dos oceanos.


“O nível dos oceanos já subiu 46 milímetros. E o nível médio dos oceanos nesta década já é o mais alto desde 1900.” - segundo o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), publicado em setembro de 2019.

Os impactos da elevação do nível do mar resultam na erosão costeira, no aumento da intrusão salina em estuários, na contaminação do lençol freático de áreas litorâneas pela água salgada do mar e inundação de planícies costeiras. Em regiões que sofreram no passado problemas de contaminação ambiental, a erosão costeira poderá também resultar na remobilização de poluentes depositados.


Estes impactos implicam sérias consequências socioeconômicas, como: investimentos crescentes em obras de engenharia para proteção de áreas portuárias, industriais e urbanas, comprometimento do turismo, diminuição da oferta de água potável, contaminação de solos pelo excesso de sais e, em consequência, risco da segurança alimentar e até mesmo de saúde pública.


Outro grande impacto é a redução do oxigênio nos mares. Assim como o aumento das temperaturas, isso afeta profundamente a vida marinha. Especialmente, os corais e outros organismos sensíveis à temperatura e níveis de oxigênio nas águas. Os recifes de coral são considerados o berçário da vida marinha. Não saudáveis, causam impactos diretos na pesca, seja profissional ou de subsistência.


Além disso, o aumento da acidez também resulta na redução da capacidade do oceano de absorver CO2 no futuro. Com a continuidade da elevação da temperatura dos oceanos, a solubilidade do CO2 na água também diminui.


E o que está sendo feito para alterar as consequências das mudanças climáticas?


Em 2015, 195 países assinaram e ratificaram o Acordo de Paris. Juntas, essas nações representam mais de 81% das emissões globais dos gases de efeito estufa e elaboraram planos de longo prazo que prevê metas para a redução da emissão de gases do efeito estufa.


Vale ressaltar que existem várias maneiras de reduzir as emissões dos gases de efeito estufa e os efeitos no aquecimento global. Diminuir o desmatamento, investir no reflorestamento e na conservação de áreas naturais, incentivar o uso de energias renováveis não convencionais (solar, eólica, biomassa e Pequenas Centrais Hidrelétricas), preferir utilizar biocombustíveis (etanol, biodiesel) a combustíveis fósseis (gasolina, óleo diesel), investir na redução do consumo de energia e na eficiência energética, reduzir, reaproveitar e reciclar materiais, investir em tecnologias de baixo carbono, melhorar o transporte público com baixa emissão de GEE, são algumas das possibilidades.


À medida que os governos implementam metas, elaboram políticas de prevenção ou traçam rotas mais bem detalhadas para reduzir suas emissões de GEE, é importante compreender o cenário global das emissões e quais ações de curto e longo prazo dos países ajudaram a puxar a curva para baixo, a fim de evitar os piores impactos das mudanças no clima.


Em resumo, o aquecimento dos oceanos é uma realidade que pode ser retrocedida se alterarmos algumas atividades econômicas. Precisamos cobrar um incentivo governamental maior para o setor energético investir em energia limpa, como a eólica, por exemplo, exigir uma maior fiscalização e legislação para as ações de desmatamento, além de rever práticas ou atividades industriais e comerciais poluentes ao meio ambiente. É necessário uma mudança social, econômica e política para que as consequências das mudanças climáticas sejam refreadas e o respeito ao meio ambiente, tão fundamental para a nossa sobrevivência, sobreviva.


Referências



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