Por Hiasmin Sodré
Da escola primária ao noticiário da TV, o aquecimento global é assunto na pauta graças as consequências manifestadas na forma de mudanças climáticas, como: a onda de calor no Canadá registrando temperatura recorde de 49,5°C; a onda de frio causando sensação térmica de -25°C na Serra Gaúcha; a seca extrema provocando incêndios em diversas partes do planeta; dentre muitos outros fenômenos que sinalizam a gravidade da situação atual e advertem a magnitude dos danos – em um futuro mais próximo do que se imagina.
Corroborando para o estado de alerta, o último relatório de avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima, IPCC na sigla em inglês, apontou que, nos próximos 30 anos, a humanidade sofrerá um agravamento dos impactos no clima, independente do que a população possa fazer daqui para frente. Ainda que o relatório apresente projeções ruins para o futuro do planeta, existem cenários mais positivos, que estão intrinsicamente atrelados a capacidade de cessar as causas do aquecimento global.
Mas por que o aquecimento global está ocorrendo?
O aquecimento global é uma consequência da intensificação do efeito estufa – efeito natural que ocorre na Terra devido aos gases presentes na sua atmosfera. Quando os raios solarem atingem a superfície planetária, parte da radiação é refletida e a outra parte é absorvida por gases que possuem essa propriedade; esses gases, denominados de gases do efeito estufa, podem emitir essa radiação na forma de calor, dando origem ao efeito estufa, que pode ser sumarizado como a retenção de calor pela atmosfera. O advento desse efeito propiciou a vida na Terra como é conhecida hoje, visto que, sem ele, a temperatura média do planeta seria de -18°C.
A intensificação do efeito estufa ocorre a partir da presença demasiada dos gases do efeito estufa na atmosfera, onde os principais são o metano (CH4) e o gás carbônico (CO2). O aumento do lançamento desses gases está relacionado com as ações antropogênicas, como por exemplo a queima de combustíveis fósseis, que acarretou nas emissões exacerbadas de CO2 e na expansão dos setores agropecuário e agrícola, os quais protagonizam as emissões de CH4.
Por que o CO2 e o CH4 são gases do efeito estufa?
Ambas as moléculas absorvem radiação na região do Infravermelho (IV), isto é, elas possuem a propriedade de absorção da radiação emitida pelo Sol, retendo calor na atmosfera. O gás nitrogênio (N2), maior constituinte do ar atmosférico, não possui essa singularidade, não sendo responsável pela retenção de calor.
Outro fator importante é o tempo de permanência na atmosfera: o CH4 possui um longo tempo de permanência, em média, 20 anos, bem como o CO2, que varia de 50 a 200 anos. O vapor de água também é um gás do efeito estufa, já que ele absorve radiação IV; entretanto, o seu tempo de permanência é muito reduzido, sendo de apenas alguns dias, agregando uma contribuição mínima para o efeito estufa.
Referências
Consultório Jurídico. Mudanças climáticas: o sombrio relatório do IPCC. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2021-ago-14/ambiente-juridico-mudancas-climaticas-sombrio-relatorio-ipcc Acesso em 17/08/2021.
Investigando a Terra. Efeito Estufa. Disponível em: https://www.iag.usp.br/siae97/meteo/met_estu.htm Acesso em 17/08/2021.
CETESB. Ficha de informação toxicológica: Metano. Disponível em: https://cetesb.sp.gov.br/laboratorios/wp-content/uploads/sites/24/2020/08/Metano.pdf Acesso em 17/08/2021.
Observatório do Clima. Causas das mudanças do clima. Disponível em: https://www.oc.eco.br/causas-das-mudancas-do-clima/ Acesso em 17/08/2021
Comments