Por Julia Coutinho
Com o início da quarentena por meio de decretos estaduais e municipais vieram também restrições na utilização do sistema de transporte público. No período de distanciamento social, a circulação de ônibus intermunicipais foi suspensa, a ocupação de ônibus municipais reduzida e o acesso a algumas estações de trens, barcas e metrô ficaram restritos a trabalhadores de serviços essenciais.
Essas medidas foram tomadas para evitar a transmissão do vírus principalmente de pessoas contaminadas que estejam assintomáticas ou ainda não possuam diagnóstico. Infelizmente, a redução no número de ônibus circulando foi proporcionalmente maior que a redução de passageiros que necessitavam do transporte provocando superlotação em algumas linhas, algo inaceitável principalmente em período de pandemia.
No dia de pico de confinamento mundial, 7 de abril, as emissões de gases foram 17% menores que a média diária de 2019. Transportes (de pessoas e cargas) são responsáveis por 24% das emissões de carbono. Três quartos destas emissões são causadas por carros, caminhões, ônibus, motos e similares; os outros um quarto são causados por aviões e navios. (IEA)
Transportes públicos tradicionalmente são locais com circulação de ar reduzida por onde centenas de pessoas circulam por dia o que faz deles locais de potencial contaminação.
Vários países da Ásia, Europa e Oceania já iniciaram medidas de flexibilização e, agora, isso também está sendo feito em algumas cidades do Brasil, incluindo o Rio de Janeiro.
Nesse momento de aumento de circulação de pessoas pela cidade os cuidados com higienização e distanciamento devem ser mantidos. O vírus continua circulando, então, só saia de casa se for necessário. Quando usar transporte público evite os horários de pico, respeite a distância obrigatória nas plataformas e terminais, prefira fazer o pagamento com cartões, higienize as mãos assim que puder quando sair do transporte público e antes de entrar, sempre use máscara.
Se for possível troque a sua viajem no transporte público por uma caminhada, utilize bicicleta ou patinete. Essas medidas já estão sendo incentivadas com o aumento de ciclofaixas e calçadas e incentivos a sistemas de compartilhamento de bicicletas em cidades como Bogotá (Colômbia), Filadélfia (EUA), Londres (Inglaterra) e Berlin (Alemanha).
O tráfego nas cidades no período de lockdown diminuiu de 50 a 75%. Após o relaxamento da quarentena houve aumento de 60 a até 100% comparado a valores do mesmo período no ano passado indicando um grande aumento no uso de carros particulares. (The Guardian)
Referências
G1, CDC, NHS, OMS